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A origem de Bane: Parte 1



Malditos estereótipos. Eles são tão fortes que podem te afastar de muitas coisas, sem falar nos inúmeros pré-conceitos que podem surgir em decorrência da ignorância. Corrija-me se eu estiver errado, mas só de olhar a foto acima você já criou sua opinião sobre a personagem, certo? “Um cara fortão, brutamontes e acéfalo, que só sabe bater”. Caso não o conheça, nesse momento você tem medo, muito medo. Por quê? Como Herman Melville escreveu em Moby Dick, “a ignorância é a mãe do medo”. O melhor a se fazer é saber quem é o homem por trás dessas centenas de libras de massa muscular, e assim descobrir que não há motivos para se amedrontar.

Mentira.

Conhecer a verdadeira história de Bane irá intensificar o seu temor. Porém, você também descobrirá o quão formidável ele é, e que se havia alguém qualificado o bastante para quebrar o Homem- Morcego, esse alguém era Bane. E para saber quem esse mascarado realmente é, precisamos conhecer sua vida etapa por etapa.

Conheça aqui a verdadeira história do vilão Bane.

Da criança ao homem

A história de nosso “amigo” começa na República de Santa Prisca, no Caribe. Seu pai era um dos rebeldes anticomunistas em atividade no local, e durante uma tentativa de golpe em Santa Prisca, rebeldes e militares do governo se enfrentam por três dias. Os generais caribenhos esmagaram a rebeldia. Muitos rebeldes foram presos e torturados para assim fornecerem informações e nomes dos principais revolucionários em atividade. Mas outros conseguiram fugir.

Um dos fugitivos era Edmund Dorrance, que conseguiu escapar do massacre mesmo estando gravemente ferido. Os que não conseguiram fugir foram levados à Pietra Dura, prisão de segurança máxima da República. Dentre os condenados havia uma gestante, que carregava o filho de Edmund Dorrance, e pela lei local, a criança deveria cumprir a sentença de seu pai, caso fosse do sexo masculino. Nasce um menino, e este recebe o nome de Bane. Um menino que nasceu condenado à prisão perpétua para pagar pelos crimes de seu pai.

“Prisão”? Talvez para você que está do lado de fora. Mas pense no conceito de prisão para Bane, que nasceu dentro dela. Seria realmente uma prisão, ou seria o tão estimado lar? Seria a definição de lar apenas uma questão de perspectiva? Talvez Bane possa nos responder.

O garoto e sua mãe ficaram então sob os cuidados da enfermaria do lar da prisão, e aqueles responsáveis por eles viram Bane crescer, e sua mãe, aos poucos, morrer. Bane foi crescendo e aprendendo o que seu lar poderia lhe ensinar. Ele conhecia Pietra Dura como ninguém, e sabia de todos os seus segredos e esconderijos. Não conhecia outro lugar e nunca conheceria outro lugar, tendo em vista sua sentença. Não aprendeu somente os segredos da estrutura física da prisão, mas também os segredos daqueles que a povoavam. Presenciou cenas de suborno, agressões, e também homicídios, quando tinha pouco mais de cinco anos de idade, isso sempre acompanhado de seu melhor amigo, o urso de pelúcia, Osoito.



E assim Bane foi crescendo, e sua mãe morrendo. Aos seis anos de idade, Bane sentiu pela primeira vez a sensação de perda: sua mãe falece, por não suportar os longos anos de cárcere. Teve um funeral digno de uma presidiária de Pietra Dura: segundo a tradição e lei do local, os mortos eram jogados aos tubarões. E assim foi.

Bane, apesar de muito novo, não derramou uma lágrima perante a morte de sua mãe. Mas a perda seria maior do que ele esperava, pois ao perder sua mãe, perdeu
também todos os cuidados que lhe eram dados e passou a ter o Estado como seu guardião, ficando à mercê daqueles que mandavam no local. Resultado? Ala Geral.

Seus guardiões anteriores estavam restritos à enfermaria, e não mais poderiam zelar por ele. Bane foi jogado às feras que habitavam Pietra Dura, àqueles que ele observou apenas de longe, àqueles que tinham segredos imundos, e agora ele veria a imundície de perto. Sua cela era próxima à cela de um dos “porcos” da prisão, Puerco. Um pedófilo psicótico, que logo mostrou sua cara, ameaçando-o com imagens perturbadoras, prometendo “diversão” para o dia seguinte. E assim Bane teve a noite mais longa de sua vida. Mas uma hora ela tinha de acabar.



E na manhã seguinte, ao ser abordado por Puerco, Bane descobre que alguém ali estava disposto a protegê-lo. Trogg, um dos detentos mais temidos, que ali dentro havia matado o dobro de homens que matou para ser preso, sai em defesa de Bane, entrando em uma briga
com Puerco. Bane é acidentalmente golpeado, caindo de uma altura de seis metros. E assim morreu a criança, dando lugar ao homem.

Ao cair e bater fortemente a cabeça Bane tem uma visão. Nela, vê sua própria imagem no futuro. Essa lhe afirma que em suas veias corre o sangue de reis, e que em breve o mundo cairia sob seu domínio. Mas algo estaria disposto a impedir tal conquista: o medo. Para conquistar o que queria, Bane teria de conquistar o medo, que em sua visão era representado por um gigante morcego. Recado dado, e após um mês de coma, a criança acorda.



Correção: o HOMEM acorda. Seu primeiro feito foi se vingar daquele que tentara lhe ferir. Bane, armado de uma chave de fenda, dirige-se à cela de Puerco, e o que se viu depois foi a personificação do horror: Bane estava banhado em sangue, mas o sangue pertencia à sua primeira vítima. O diretor e os zeladores de Pietra Dura ficaram horrorizados com o ocorrido e afirmaram que não aceitariam um monstro como aquele no local. O feito
de Bane era algo demasiado doentio para ser tolerado, e assim foi decidido que ele seria mandado para Cavidad Oscura. Isso aos 7 anos de idade.

A solitária mais temida da prisão fora criada pela igreja trezentos anos antes. Os “pecadores” eram colocados ali para assim orarem por redenção divina. O que estava à espera de Bane, no entanto, eram redenções diferentes: loucura e morte. Mas o garoto, que se tornara homem mesmo tão jovem, não estava disposto a ceder. Estava decidido a não ter medo, pois almejava controlá-lo.

E na Cavidad Oscura Bane permaneceu por longos anos. Aquele era seu novo lar, moldando-o e preparando-o para o que ele estava prestes a se tornar: ele mesmo.

Continua.

Fonte: Batman: Vengeance of Bane #1

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