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A origem de Bane: Parte 2




Uma criança que nasceu condenada à prisão perpétua, para pagar por crimes que não cometeu. A prisão de Pietra Dura seria seu lar enquanto ele estivesse vivo, moldando-o e obrigando-o a lidar com sentimentos de perda e ódio mesmo antes de completar uma década de vida. Mas essa criança teve uma visão de seu destino, e não deixaria que nada a impedisse que alcança-lo.

Você já conhece essa criança que desde muito cedo se tornou um adulto. Mas sua transformação não estava completa, pois uma dura etapa de sua vida estava prestes a começar. Seria o teste de sobrevivência mais duro que alguém poderia enfrentar.

Dando continuidade à origem de Bane, descubra aqui o que aconteceu quando o indivíduo mais temido de Pietra Dura foi jogado em um lugar para ser esquecido.

Do homem ao monstro

Os primeiros anos de Bane na Cavidad Oscura foram aterradores. É difícil acreditar que a igreja olhava a solitária como um local de encontro entre o pecador e seu senhor. Bane devia saber disso desde o início, pois em momento algum ele buscou redenção divina para se livrar dos tormentos diários, que não eram poucos.

Periodicamente, ele recebia a visita de crustáceos e roedores, em uma incansável luta territorial. Além de confrontos com criaturas hediondas, Bane também tinha de lutar contra o oceano. Todas as noites, quando a maré enchia, ele lutava por sua vida, pois a cela ficava abaixo do nível do mar, e a água salgada que inundava o poço forçava-o a se segurar nas barras de ferro que bloqueavam a entrada superior da cela. O oxigênio ficava limitado a um espaço de poucos centímetros abaixo das barras. A cela inundada também era favorável à entrada de peixes maiores, com os quais Bane teria de lutar diariamente. Ninguém sobrevivera a tal situação antes. Era certo que ele não sobreviveria a isso tudo. Ali, ele encontrou as trevas.

Mas a motivação de Bane era forte o bastante para assegurar sua sobrevivência. Para muitos outros antes dele, a situação fora mortal; para ele, foram testes de força física e mental, os quais ele estava disposto a superar. Bane tornou-se parte das trevas que, supostamente, o matariam. Não buscou refúgio em nenhum tipo de ilusão religiosa; o ódio que sentia por estar naquela situação servia como o perfeito combustível para sua superação.



Dos animais que o atormentavam, ele tirou o alimento que precisava. As visitas periódicas dessas criaturas deram-lhe vida: o alimento que conseguia fortalecia seu corpo. Porém, o corpo não é nada sem a mente, e disso Bane sabia. Mas como é possível trabalhar e fortalecer a mente quando se está preso entre quatro paredes? Quando não se pode ouvir outra voz a não ser própria? Como vencer a monotonia? Bem... Bane venceu.Com muita prática, sua mente quebrou as barreiras da Cavidad Oscura. Através de técnicas de meditação, conseguia atravessar as quatro paredes que o cercavam, podendo assim vagar por mundos ainda desconhecidos e inimagináveis. Vagava com um propósito: encontrar o morcego gigante que o assombrava desde sua primeira visão. Um dia, o encontrou, e tal qual um exímio bárbaro, lançou seu brado e levou morte ao morcego. Eliminou a criatura que o assombrava, matando assim o medo que residia em seu coração.

Durante mais de dez anos Bane lutou, e humilhou a todos, principalmente o diretor de Pietra Dura, ao se recusar a morrer na Cavidad Oscura. Ao ser solto, era esperado que alguém buscasse vingança pela morte de Puerco. Mas logo ficou claro que Bane tornara-se uma lenda entre os presidiários. Sendo uma lenda, tornou-se um grande líder, fazendo com que um bom número de prisioneiros quisesse segui-lo. Um deles, Pássaro, que tinha grande influência dentro e fora da prisão, ofereceu-lhe seus serviços. Em troca, Bane o levaria em sua fuga de Pietra Dura. O encontro foi benéfico aos dois: Pássaro buscava vingança em Gotham; Bane se interessou pelos conhecimentos acerca da cidade. Teria sido esse encontro uma obra do destino? Ele ainda não sabia.

Tornando-se um prisioneiro exemplar, Bane conseguiu ser um dos responsáveis pela biblioteca da prisão. Com a ajuda de Pássaro, aprendeu a ler e assim descobriu o tamanho do poder que havia no conhecimento. Chegou a ler três livros por dia, e aprendeu muito sobre os mais variados assuntos, além de aprender seis idiomas. A rede de tráfico da prisão funcionava como fonte de drogas e cigarros para muitos, mas Bane descobriu que poderia usar essa rede como fonte de cultura, adquirindo centenas de livros sobre diversos tópicos de seu interesse.

Bane conseguiu aprimorar sua mente e seu corpo, treinando e lendo exaustivamente todos os dias. Não dormia; meditava. E aos poucos alcançava a perfeição que almejava. Sua posição em Pietra Dura passou a ser cobiçada, levando-o a copiosos duelos. Mas o resultado era sempre o mesmo. Ninguém o privou de sua posição privilegiada.



Bane nunca perdeu o interesse em Gotham City, e frequentemente dialogava com Pássaro sobre a cidade. Em uma dessas conversas descobre que a figura de Batman é preponderante no local, amedrontando até mesmo os poderosos chefões da máfia. E assim ele descobriu que o “Morcego” mandava em Gotham.
Uma mera menção, que inundou sua imaginação e tornou-se seu objetivo principal: o destino de Bane era derrotar a criatura que tanto o visitou em suas visões. Mas sua vida ainda estava limitada à prisão.

Bane tornou-se um grande problema para o diretor após alcançar a marca de trinta mortes no local. Definitivamente, ele tinha de ser isolado dos demais. E ao ser isolado por ser forte demais, Bane encontrou aquilo que faltava para sua evolução: o veneno.

Durante um tempo determinado, Pietra Dura serviria como instalação para um experimento científico, cujo objetivo era sintetizar uma droga chamada “veneno”. A substância era capaz de aperfeiçoar as habilidades físicas e mentais do indivíduo, mas os testes em humanos sempre falharam. Ainda não fora encontrado o ser humano forte o bastante para triunfar sobre os efeitos da droga. Foi então decidido que Bane, devido à sua grande força física e condicionamento impecável, seria a próxima cobaia (a sexta após cinco tentativas falhas). A droga não sabia com quem estava se metendo...

Bane resistiu a todas as injeções da substância, podendo assim passar para a segunda etapa do processo. Os cientistas colocaram implantes em seu crânio para que a droga pudesse ser administrada diretamente no cérebro, unindo os dois hemisférios cerebrais, aumentando as capacidades físicas e mentais de Bane. Era o último passo para alcançar a perfeição.



Durante o processo, o enfermeiro que cuidara de Bane quando criança pôde surrupiar uma amostra do Veneno. Bane estava muito satisfeito com o resultado do experimento, mas aquilo de nada seria útil enquanto ele não saísse de Pietra Dura. No entanto, ele bolara um plano para escapar, e para ser bem sucedido só precisaria de uma coisa: morrer. E isso não foi difícil.

Bane reduziu seus batimentos cardíacos a um nível tão baixo que os aparelhos não eram capazes de detectá-los. Tendo sido declarado morto, seu destino agora era o mesmo de sua mãe. Colocado dentro de um saco, foi arremessado ao mar, para sua morte. E foi assim que ele deixou Pietra Dura pela primeira vez na vida.

Mas morrer não estava em seus planos. Ao cair do penhasco de Punto de Tiburon, conseguiu se livrar das cordas e do saco que o prendiam. No entanto, o problema maior ainda estava por vir: tubarões. Problema? Bem, não para Bane; para os tubarões. Eles não conseguiram mata-lo; apenas o fortaleceram. A mancha vermelha de sangue de tubarão que pintava o oceano era a mais bela obra de arte. Quando a carnificina se encerrou, a verdade prevaleceu: Bane estava livre.

Continua.

Fonte: Batman: Vengeance of Bane #1

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