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The Walking Dead (Robert Kirkman, 2003 - atualmente)



Robert Kirkman, se há algum realizador no mundo capaz de deixar George Romero orgulhoso de seu legado, esse alguém é você. (som de palmas)

Para os que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer nenhum dos dois nomes citados acima, saibam que Romero é o responsável pela existência do subgênero Apocalipse Zumbi na indústria cultural. E Robert Kirkman, junto a Charlie Adlard, é o responsável pela publicação em quadrinhos que retoma com maestria a herança de Romero.

Então quer dizer que foi esse Romero que criou os zumbis? Não. Ele foi quem redefiniu o zumbi perante a sociedade, ou seja, a concepção de zumbi que chega até nós no século 21 é de responsabilidade do George. Mas como ele fez isso é assunto para outro momento, porque agora o assunto é Mr.Kirkman e The Walking Dead.

Há quem ainda tenha a impressão de que quadrinhos é para crianças. Turma da Mônica Jovem The Walking Dead é uma ferramenta perfeita para destruir essa tola concepção. Não pelo fato de conter zumbis, nem pela violência presente em certos arcos, nem pela abordagem deveras realista de como um apocalipse zumbi deveria ser, mas, por conta das discussões que levanta em torno dos impulsos humanos, das relações sociais e de nossas instituições.

Aí vai uma breve sinopse deste universo: Um policial baleado em serviço acorda do coma algum tempo depois, e se encontra num mundo completamente (?) diferente do qual estava habituado a viver. Ele tem que se virar junto a um grupo de pessoas para sobreviver neste mundo caótico, dominado pela massificação, devastado pela violência, ignorado pelo Olimpo. Veja você que é um mundo bem diferente do nosso. Sejamos gratos por isso, certo? ^^

Mas há um lado bom nisso tudo meus amigos, afinal todo fim é um novo começo. Está aí o dilúvio que não me deixa mentir. Imaginem só, varrer a terra, formatar o mundo, resetar a humanidade, ter uma folha em branco onde a vida será redesenhada. Que bom, né gente?

É isso que veremos ao longo da leitura de TWD. Veremos se essa nova civilização é capaz de obter sucesso nos pontos onde a versão anterior falhou, ou se há no ser humano uma predisposição orgânica a constituir os mesmos tipos de relações sociais. Procuraremos por tal disposição do homem a incutir nos mesmos erros históricos, por razões para não chamar de erro o que for uma consequência inevitável, e, também, pelo aval de duvidar que conseqüências possam ser inevitáveis.

As pessoas percebem que possuem mais chances de sobreviver se formarem grupos, os grupos notam que seriam mais bem organizados se tivessem uma liderança, e as lideranças reconhecem que desenvolver alianças com outros grupos pode ser fundamental para a subsistência dos seus próprios. Daí que tais grupos, lideranças e alianças, tendem a se estabelecer em um território definido, e para proteger esse espaço são capazes de aniquilar grupos que estão do lado de fora das panelinhas. E vez por outra, uma voz se levanta contra sua liderança, mais do que uma denúncia, uma manifestação de que algo não está funcionando bem naquela comunidade. Vale a pena conferir a versão de Kirkman para as teorias do contrato social.

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